UM TIMBU SEM MEDO

6 06 2008
UM TIMBU SEM MEDO

Por ROBERTO VIEIRA

1968, Belo Horizonte

Vamos ser práticos. Eles vão interditar os Aflitos de qualquer jeito. Se não for pelo gramado será pela bandeirinha de escanteio.

Ou pelos banheiros.

Resta ao Náutico mandar seus jogos em Caruaru. Mas eles vão tremer nas bases. Porque em Caruaru a torcida vai lotar do mesmo jeito. E se os Aflitos são um caldeirão, o Lacerdão será o próprio inferno.

Porque pela nova ordem dos donos do poder não pode haver jogo de portões fechados. Talvez então nos mandem pra João Pessoa. Ou pra Fortaleza. Ou quem sabem, mudem a lei para beneficiar o Vasco e o Atlético?

‘Fechem-se os portões!’

Mas antes disso tudo tem de ter passeata dos alvirrubros. Tem de ter pressão política. E nossos dirigentes não podem ficar se recusando a participar dos programas esportivos aos quais são convidados. Tem que ir lá e abrir o verbo. Nós estamos lutando pelas consciências. Ficar calado é um absurdo.

Vale aqui lembrar um episódio.

João Saldanha em 1969 antes da Copa do Mundo era ainda técnico do Brasil. Os ingleses e alemães nos chamavam de ‘animais’. Como chamavam os argentinos. Num programa de televisão na Europa, ao entrevistarem Saldanha, o repórter saiu com a seguinte pergunta:

– O que o Senhor acha do massacre de índios na Amazônia?

Saldanha retrucou na mesma língua do rapaz:

– Nós em 450 anos de história matamos menos gente que vocês em 10 minutos das suas!

Nunca mais se tocou no assunto…

O João Sem Medo

O Náutico não deve ter medo. O Náutico precisa urgentemente disso, meus senhores:

De um Timbu Sem Medo!

Alguém se habilita?


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